Ser é trabalho criativo. A gente tece quem é nas histórias que se conta de si. Importa pouco o roteiro preciso, a ordem dos fatos, o que pensam os outros dos capítulos que vivemos juntos. É no rearranjo contínuo que a gente faz da memória, entrelaçando cheiros, fatos e afetos, que criamos pra nós roteiros daquilo que acreditamos viver. E é assim, na reescrita pouco atenta de tudo aquilo que nos atravessa, que a gente vai se moldando. Cada versão de si carrega um pouco de ficção. Ser é trabalho inacabado.
Até que um dia deixa de ser.
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